5.jan.2016
Existem vários fatores que podem levar um indivíduo ao aumento de peso ou à obesidade: é uma doença de múltiplas causas. Pode ocorrer por meio de alterações hormonais, genéticas, ambientais e também – o que muita gente custa a aceitar – psicológicas seja como causa ou efeito. É um fato científico comprovado que as perturbações psíquicas têm papel fundamental na gênese da obesidade.
As dificuldades afetivas podem precipitar, em pessoas vulneráveis, alteração no comportamento alimentar, levando-as a comer além do necessário ou até compulsivamente. Neste sentido o alimento substitui o afeto perdido e o indivíduo encontra certo alívio através de um excesso que “preenche” o vazio emocional.
Pessoas ansiosas, depressivas e estressadas, que se sentem rejeitadas, sozinhas, que sofrem perdas ou passam por qualquer conflito emocional, como frustrações ou insatisfações, são as mais propensas a desenvolver a obesidade psicológica. Tais conflitos colaboram para que o indivíduo compense esses problemas aumentando o consumo de determinados alimentos altamente calóricos, como doces e principalmente o chocolate, que induz o organismo a secretar mais serotonina, hormônio que causa sensação de prazer e bem-estar.
Em situações de estresse, por exemplo, o corpo secreta um hormônio chamado cortisol, que libera aminoácidos do músculo, levando-os até o fígado, onde os transforma em açúcar e, posteriormente, em gordura. Em paralelo, a pessoa retém líquidos e acumula tecido adiposo (gordura corporal), principalmente na região do abdômen. Por este motivo há algumas pessoas que não comem quase nada e, ainda assim, engordam: o organismo já está totalmente desregulado. O que favorece maior instabilidade emocional provocada pela alteração da imagem física.
Sentindo-se gorda, a pessoa começa a recorrer a tratamentos mágicos, um hormônio emagrecedor, uma operação, uma medicação ou as tão divulgadas fórmulas e soluções milagrosas.
Assim, na dinâmica do conhecido “efeito sanfona”, ora estão muito gordas, ora muito magras. Estas pessoas tendem a desenvolver, quando não tratadas, distúrbios no comportamento alimentar, relacionados a fatores inteiramente emocionais, como Bulimia, Anorexia além do chamado Transtorno do Comer Compulsivo que leva á obesidade.
O peso das emoções: equilíbrio mente e corpo
Para fazer as pazes com a balança, é fundamental estar em paz consigo mesmo. O tratamento adequado não envolve somente a redução de peso, trata-se de uma mudança de comportamento que deve ocorrer de dentro para fora. Emagrecer é muito mais que fazer dietas, praticar exercícios e fazer uso de medicamentos. Consiste na firme disposição de modificar o estilo de vida. Uma educação gradual envolve mudança dos hábitos alimentares, estrutura emocional, manutenção de um peso adequado, e não simplesmente reduzir as calorias por determinado tempo.
O tratamento envolve reeducação alimentar com baixo valor calórico, hábitos saudáveis e acompanhamento psicológico. Consiste em uma avaliação nutricional abrangente que envolve anamnese alimentar, contendo a história da alimentação, alimentação habitual, intolerâncias, preferências, alergia alimentar; levantamento de dados antropométricos como peso, estatura, dobras cutâneas, perímetros, para classificação do estado nutricional; dados bioquímicos, exames laboratoriais, determinação das necessidades nutricionais individuais e elaboração de plano alimentar.
A orientação para a prática de atividade física colabora na perda de peso e mobiliza os estoques de gordura do tecido adiposo como também a correção estética, são complementos que colaboram para a redução de medidas, ajudando a aliviar a ansiedade, gerar auto-estima e principalmente melhorar a saúde como um todo.
O tratamento psicológico possibilita que o individuo se reestruture emocionalmente e aprenda a desenvolver recursos para lidar com suas questões, tornando-o mais reflexivo diante das dificuldades e na busca por soluções, ajuda a superar conflitos emocionais, colabora para ampliar a consciência sobre si mesmo, promove equilíbrio emocional, detecta o ativador da ansiedade que leva a compulsão (o ato de comer é um poderoso redutor de ansiedade) e entre outras coisas ajuda o indivíduo a aprender a lidar e a controlar o que o angustia, para não buscar refúgio na comida, pois tal mecanismo gera mais angústia, pela culpa.
Fonte: Psicologia e saúde
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