10.maio.2016
A participação da mídia televisiva na vida de todos, principalmente na das crianças e adolescentes, é enorme. Ela forma opiniões, cria conceitos, direciona o consumo e influencia o comportamento. As crianças, em especial, imitam o que vêem na tela ou incorporam padrões de comportamento por ela propostos.
Infelizmente grande parte da programação atual oferecida pelos canais de televisão envolve violência. Centenas de estudos sobre os efeitos da exposição a esta violência nas crianças e adolescentes têm sido realizados nos Estados Unidos e permitem pressupor que esta clientela possa tornar-se imune ao horror da violência, aceitá-la como forma de resolver conflitos e reproduzi-la como observada nos filmes, além de acabarem se identificando com características inconvenientes de vítimas e/ou agressores.
Além destes efeitos citados, a permanência prolongada nesta atividade está associada a:
• Atividades solitárias e sedentárias com hábitos alimentares inadequados (excesso de consumo calórico e de sódio, como ingestão de batata frita, pipoca, fast food, bolachas, entre outros), que podem levar a obesidade e elevações da pressão;
• Reprodução de insultos e agressões expostos nos jogos de computador;
• Distúrbios do sono;
• Diminuição da comunicação inter-familiar e isolamento;
• Dificuldades escolares;
• Exposição maciça a propaganda focada no consumo de tabaco, de álcool, de roupas de grife e brinquedos da moda, entre outros;
• Hiper estimulação sexual e antecipação do início da vida sexual;
• Distúrbios de atenção aos 7 – 8 anos de idade (estes têm sido descritos em crianças expostas a televisão antes dos dois anos de idade).
Para se avaliar a influência da mídia no comportamento basta observar o modo como as crianças de hoje dançam e como se vestem. Programas de televisão frequentemente apresentam temas vulgares, com forte apelo sexual (dança da garrafa, da vassoura, bailes funk, entre outros). Novelas exibidas a tarde e no início da noite exibem um mundo absurdo, denegrindo valores, a família e a religião, banalizando o sexo e a violência.
O que os pais podem fazer a respeito?
Entre as principais medidas, é importante compreender o risco da exposição abusiva e trabalhar no dia a dia uma rotina com menos televisão. Além de garantir o desenvolvimento saudável da criança, o controle ajuda a organizar o cotidiano e educar seu filho da melhor forma possível. Confira mais dicas:
• Reduzir o tempo para ver televisão a uma ou duas horas por dia;
• Ajudar seus filhos a encontrar outras atividades que substituam a televisão, como esportes, hobbies e atividades familiares em grupo;
• Conhecer os programas que seus filhos vêem. Quando eles mostram cenas de sexo, abuso de drogas ou violência, ajude-os a compreender o que estão vendo, mostrando toda a extensão do problema;
• Impedir a instalação de aparelhos de TV nos quartos das crianças;
• Manter livros, revistas e jogos de tabuleiro na saleta de TV;
• Não usar a televisão como babá eletrônica de seus filhos;
• Não permitir que crianças com idade inferior a 2 anos sejam expostas a mídia televisiva;
• Não permitir refeições ao mesmo tempo em que assistem à televisão;
• Ser um exemplo vivo do que deseja ensinar.
É importante enfatizar que existem programas altamente educativos e adequados para as mais diferentes idades e que esta mídia constitui a única forma de lazer e até mesmo de educação para milhares de brasileiros. A televisão presente em grande parte dos lares constitui uma realidade com a qual é necessário aprender a conviver.
Fonte: Conversando com o pediatra
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