Pesquisa revela quando começa as fofocas entre crianças

10.ago.2016

Pesquisa revela quando começa as fofocas entre crianças

Os especialistas realizaram um experimento com dezenas de crianças com idades entre três e cinco anos. Elas tinham que brincar com dois bonecos, em um jogo de receber e dar moedas. Só que um dos bonecos sempre seguia as regras enquanto o outro tentava trapacear. Em um segundo momento, esses bonecos eram guardados e uma segunda criança entrava na sala. A partir dos comentários trocados entre as duas crianças é que os especialistas verificaram que algumas passavam adiante informações sobre a forma de agir dos bonecos. Ou seja: “fofocavam” sobre o seu comportamento.

De acordo com os resultados, 54% dos participantes com cinco anos alertaram a criança que chegou sobre a má conduta do boneco que não seguia as regras. Enquanto isso, apenas 23% dos participantes com três anos fizeram alguma colocação a respeito do comportamento deles. “Nessa faixa etária, dos três anos, as crianças ainda são muito egocêntricas, não percebem e não emitem opiniões sobre os outros”, explica a psicopedagoga Rosemary Sertório, Orientadora da Educação Infantil e Ensino Fundamental, do Colégio Rio Branco (SP).

Para Rosemary, o fato de que crianças de cinco anos já frequentam a escola contribui bastante para essa troca de informações sobre a vida alheia. Mas ela acredita que os pequenos não ajam dessa forma por maldade. “Crianças dessa idade já sabem discernir entre o certo e o errado. Elas partem disso e começam a fazer seu próprio juízo de valor. Elas já entendem, por exemplo, que não se pode bater no amigo. Se isso acontece, é comum que alguém saia correndo para contar para a professora”, completa.

Por isso, os especialistas não consideraram o comportamento negativo. Isso foi evidenciado na pesquisa: mesmo nos casos em que as crianças eram beneficiadas pela trapaça do boneco, elas ainda assim continuavam alertando o colega sobre a conduta indevida. Ou seja, o intuito não foi simplesmente maldizer, mas sim, alertar o outro sobre uma atitude não confiável e que poderia prejudicá-lo se ele resolvesse brincar com os bonecos.

Fonte: Revista Crescer


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