Como administrar a relação das crianças com eletrônicos

17.out.2016

Como administrar a relação das crianças com eletrônicos

Dar um aviso de “cinco minutos” ou “dez minutos” às crianças antes de desligar tablets, TVs, videogames ou outros dispositivos eletrônicos dificulta a transição para outras atividades. A conclusão partiu de um trabalho realizado por pesquisadores da Universidade de Washington. O resultado surpreendeu até os cientistas, que acompanharam o dia a dia de 27 famílias com filhos na faixa de um a cinco anos ao longo de duas semanas.

Além de entrevistas com os pais, foram coletados também vídeos das interações das crianças com as telas. A estratégia de dar um aviso – como “só mais um vídeo” ou “o tempo combinado acaba daqui a dois minutos” – antes desligar o aparelho eletrônico foi usada por 21 dos 27 pais. Apenas cinco participantes afirmaram que viam um efeito positivo. Para o restante dos casos, os pesquisadores concluíram que, depois de usar a técnica, as crianças ofereceram mais resistência na hora de interromper a atividade.

De acordo com o estudo, as interrupções feitas por hábitos da rotina, como ter de parar de ver televisão para almoçar ou desligar o jogo porque chegou a hora do banho, obtiveram resultados melhores na hora da transição. As crianças quase não demonstraram resistência na hora de seguir um cronograma ao qual já estavam acostumadas. Onze pais conseguiram aplicar a técnica e foram bem-sucedidos.

Outra estratégia que se provou eficiente foi uma pausa oferecida pela própria tecnologia, como o fim de um vídeo ou o descarregamento da bateria do celular. 20 dos 27 pais reconheceram que quando os dispositivos oferecem esses momentos de transição naturais, as crianças reagem melhor do que se estivessem obedecendo apenas a uma ordem dos adultos.

No entanto, se a transição tecnológica não ocorre naturalmente, e os pais forçam uma situação dizendo que o aparelho está com um problema de funcionamento ou que o programa favorito da criança não está mais disponível no computador, o efeito pode ser o oposto do planejado.

Segundo o neuropediatra Christian Muller, do Departamento de Comportamento e Desenvolvimento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os pais precisam manter a autoridade sem mentir. “Os adultos podem e devem explicar para as crianças o motivo e a importância das regras, mas é preciso se manter firme, sem inventar desculpas, na hora de aplicá-las”, afirma Muller. “Afinal, é uma relação de confiança”.

Fonte: Revista Crescer


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